Menu principal
 
  • [google-translator]

Nota do NEABI-Araquari sobre os ataques sofridos em 10/11/2020

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Na noite de 10/11/2020, durante evento da programação do Mês da Consciência Negra promovida pelo NEABI do Campus Araquari do Instituto Federal Catarinense, pessoas que se infiltraram entre os participantes da sala virtual iniciaram uma sequência de ataques com textos, falas, sons e imagens obscenos, ofensivos e racistas. 

A gestão do Campus Araquari repudia veementemente qualquer manifestação de cunho discriminatório e reitera o compromisso institucional com a justiça social, a equidade, a cidadania, o respeito e a ética.

No momento estamos reunindo informações e documentos para solicitarmos aos órgãos competentes a apuração e responsabilização dos envolvidos.

Reforçamos nosso apoio ao trabalho dos núcleos inclusivos da instituição e prestamos especial solidariedade ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas – NEABI, alvo destes ataques, e a todas as pessoas que, infelizmente, presenciam ou sofrem ataques desse tipo na nossa sociedade. 

Desejamos muita força e coragem aos que mobilizam as lutas por igualdade de direitos e nos posicionamos ao lado do NEABI-Araquari e contrários a qualquer tipo de desrespeito e discriminação.

 

Gestão do Campus Araquari

Segue a Nota de autoria do NEABI-Araquari sobre os ataques sofridos em 10/11/2020.

Na noite de 10/11/2020, durante a mesa redonda virtual que marcava o início da programação do Mês da Consciência Negra promovida pelo NEABI do Campus Araquari do Instituto Federal Catarinense, pessoas que se infiltraram entre os participantes da sala virtual iniciaram uma sequência de ataques com textos, falas, sons e imagens obscenos, ofensivos e racistas, para perplexidade, tristeza e indignação das mais de sessenta pessoas que acompanhavam o evento no momento. O evento, planejado e construído com muito carinho e dedicação pelo NEABI, visa justamente trazer luz aos problemas enfrentados pelas pessoas afrodescendentes e indígenas em nossa sociedade e demonstrar a necessidade de discussões sobre esse tema. Repudiamos esses atos criminosos e adiantamos: Não irão nos amedrontar! Não irão nos calar! Resistiremos! 

Nossa instituição é pública e o seu debate deve ser público e amplo, já que está mais do que provado, inclusive pelos ataques ocorridos, que o racismo existe, a violência nos afeta social e pessoalmente e está, sim, próxima de todos nós!

Nós, do NEABI, agradecemos as inúmeras mensagens de solidariedade após o ocorrido durante a transmissão online da atividade programada e reforçamos a todos o convite e a responsabilidade de juntarem-se a nós na luta antirracista incansável, construindo conhecimento, demonstrando o que é o respeito, exercendo a solidariedade, vivendo a empatia, espalhando o amor. O evento, violentamente interrompido na noite de ontem, conta ainda com outras atividades previstas durante este mês. 

O ataque de ódio ao nosso grupo e à nossa escola serviu para que a instituição e uma parte da sociedade possam “ver com seus próprios olhos” e “sentir na pele” o que é passar por situações de racismo, violência, constrangimento e se conscientizar, de uma vez por todas, que a discussão sobre as relações étnico-raciais na Educação, os Direitos Humanos, as questões de gênero, a diversidade sexual e os valores democráticos devem ganhar cada vez mais espaço para discussão e conhecimento e fazer parte daquilo que se aprende na escola e na academia. É preciso ter coragem para enfrentar os retrocessos, a ameaça à liberdade, a violência contra o outro e dar espaço ao respeito mútuo que se deve ter para viver em sociedade. Por tudo isso, demandamos apuração dos ataques ocorridos no nosso evento, colocando-nos à disposição das autoridades competentes para contribuir na investigação para punição dos responsáveis.

Esse ataque não irá diminuir nossos esforços na luta antirracista e na busca pelo reconhecimento e pelo respeito à população afro-descendente, aos povos originários e à diversidade que compõem a sociedade brasileira. Fazemos coro com a fala da escritora negra, favelada, Carolina Maria de Jesus, autora do famoso livro Quarto de despejo: “Ah, comigo o mundo vai modificar-se. Não gosto do mundo como ele é.

 

Neste link você pode ler na íntegra o texto da Professora Angela Maria Vieira, que participava da reunião e teve sua fala interrompida pelos ataques.

 

Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas – NEABI
Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari

 

 

Imprimir Imprimir