Tenho mesmo que aprender estas coisas? Para que eu preciso disso? Como vou usar isso no meu trabalho? Estas são perguntas recorrentes dentro do universo dos estudantes de diversas áreas e níveis de ensino. Uma proposta, dentro do IFC Araquari, fez com que isso fosse respondido no dia a dia de estudantes dos cursos da área de informática.
[1]Desde o ano de 2013 foi aberto um novo caminho para a formação acadêmica e profissional dos estudantes dos cursos de informática, do Instituto Federal Catarinense Campus Araquari. Abriram-se portas para uma formação mais abrangente e completa, que compreende a prática profissional, tal e qual no mercado de trabalho, só que mediada pelo ambiente de ensino. Esta possibilidade foi propiciada com a criação da Fábrica de Software, um espaço de aprendizado que compreende rotinas diárias de um profissional ligado às Tecnologias de Informação (TI) e executa projetos conforme demandas reais de parceiros.
É possível afirmar que a Fábrica de Software serve como um “ensaio profissional” para os discentes dos cursos Técnico em Informática e do Bacharelado em Sistemas de Informação (BSI). A proposta deste ambiente é servir como um agente catalisador de experiências nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Isso, através do acompanhamento do processo de formação do aluno e antecipando seu contato com as atividades profissionais.
Ao fazer uso de conceitos teóricos, a Fábrica orienta os alunos na adoção de técnicas e ferramentas que permitem analisar, avaliar, projetar, desenvolver e implantar soluções de TI. Portanto, um dos grandes trunfos desta proposta é a certificação de que os conceitos apresentados em sala de aula estão sendo aplicados para o desenvolvimento de soluções. Ou seja, se o conhecimento passado em sala não está sendo aplicado é possível verificar e adequar, tanto as aulas, quanto a execução dos projetos pelos estudantes.
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A ATUAÇÃO PRÁTICA DA FÁBRICA DE SOFTWARE
Aspectos como gerenciamento de equipes, capacitação e até mesmo ações de cunho social são incentivadas e promovidas dentro do escopo de atuação da Fábrica de Software. Além disso, atua no sentido de proporcionar condições para a efetivação de parcerias entre o IFC e outras instituições, sejam elas de ensino, governamentais ou empresariais.
Já são 13 projetos concluídos dentro a Fábrica de Software em seus quatro anos de existência, sejam com demandas internas, provenientes de parcerias com a Prefeitura de Joinville ou da Reitoria do IFC, por exemplo. Esta proposta educacional alcança toda a região, como é possível visualizar com os atuais projetos em construção, para o Detrans (Joinville), ISSEM (Jaraguá do Sul), Sistema de gestão de projetos, Análise de salto vertical, Portal do IFC (Reitoria) e Irrigação automática.
Hoje, são 18 estudantes do ensino superior e três do ensino médio atuando diretamente nos seis projetos em fase execução. Estes estudantes são coordenados por um “gerente”, que também é aluno dos cursos da instituição, e tem por função acompanhar o andamento de todas as propostas aprovadas para execução. Além disso, cada projeto possui um professor responsável pela orientação. Para o gerenciamento de toda a estrutura da Fábrica de Software, há um colegiado de professores responsáveis, composto pelos docentes do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação.
O ambiente de trabalho é constituído por 20 computadores, dois kits arduíno, uma estação meteorológica, uma impressora 3D e quatro tablets. Toda a estrutura deste ambiente de ensino gira em torno de força intelectual e de trabalho dos próprios integrantes da comunidade interna do IFC Araquari, utilizando exclusivamente tecnologia de softwares livres para o desenvolvimento de soluções.
Prova da efetividade de ações como esta é uma taxa 40% maior de estudantes que, após passar pela Fábrica de Software, concluem o curso superior no IFC, comparado àqueles que não tiveram esta experiência. Propostas como esta mostram como os conhecimentos podem ser utilizados na prática, sem custos extras para formação profissional e gerando bons resultados para o ambiente estudantil e também para as empresas que recebem seus projetos em funcionamento.
Informações: Vanessa Rolim
Texto e imagens: CECOM/Araquari